Para Paour(1988), as crianças com deficiência
intelectual se diferenciam das crianças ditas normais pelo ritmo de seu
desenvolvimento e pelo nível final de suas construções das operações mentais,
ou seja, a dificuldade de chegarem ao nível das operações concretas espontaneamente.
Mas que, se proporcionada uma intervenção educacional adequada, essas crianças
podem construir os instrumentos cognitivos indispensáveis para funcionarem ao
nível das operações concretas.
Inhelder e Ferreti consideram que o desenvolvimento de
estratégias de resolução de problemas depende algumas vezes das características
cognitivas do sujeito e outras vezes dos suportes sociais e contextuais que lhe
são oferecidos. Portanto, a qualidade de vida social e profissional das pessoas
que apresentam deficiência intelectual repousa em boa parte sobre bases que são
o desenvolvimento intelectual e as aprendizagens significativas que teve na
escola e fora dela.
O acompanhamento do aluno com deficiência
intelectual consiste no desenvolvimento de ações que visem o progresso no
desenvolvimento e na aprendizagem do mesmo, bem como a sua melhor interação no
espaço escolar. Desta forma, a ação pedagógica voltada para esse aluno deve
resultar em opções que indiquem à possibilidade de reorganizar situações de
aprendizagem que favoreçam esse processo.
Contudo, esse acompanhamento prevê a articulação do
professor do AEE com os demais profissionais que possam dar suporte às
necessidades específicas desses alunos. Prevê ainda uma articulação com a
família no sentido de construir as condições propícias ao desenvolvimento e
aprendizagem. (VERDE, Adriana Lima. Atendimento Educacional Especializado –
Deficiência Mental/Adriana Lima Verde, Anna Costa Fernandes, Cristina
Abranches, Dorivaldo Alves, Maria Teresa Eglér, Rita Vieira de Figueiredo. –
Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007)
Desta
forma, a partir descrevo abaixo algumas sugestões de jogos pedagógicos que possibilitem o trabalho com as crianças com deficiência intelectual, visando atender os objetivos, a organização
do atendimento, as atividades a serem desenvolvidas e onde acontecerão, a
adequação dos materiais e os tipos de parcerias que seriam firmadas para a
solução do problema elencados para o estudo de caso em questão.
No
desenvolvimento cognitivo a aluna necessita do oferecimento de materiais para
diferentes situações de aprendizagem, sendo disponibilizados na sala de AEE,
bem como, na sala de aula do ensino regular e nos demais espaços que a aluna
convive. Nesse caso, as atividades propostas devem ser trabalhadas para que se crie
dificuldades propositais para o desenvolvimento da atenção, concentração e
interação da aluna com seus pares.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petropólis:Vozes, 1998.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Criar para brincar: a sucata como recurso pedagógico: atividades para psicomotricidade. São Paulo: Aquariana, 2007.
FERLIN, Ana Maria; GOMES, Daisy A. C. 90 idéias de jogos e atividades para sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
MAJOR, Suzanne; WALSH, Mary Ann. Crianças com dificuldade de aprendizado: jogos e atividades. São Paulo: Manole, 1987.
IDE, Sahda Marta. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, Tisuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Corteza, 2008. p. 89-107.
MARANHÃO, Diva Nereida M. Machado. Ensinar Brincando: a aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: WAK, 2004.